quinta-feira, 6 de junho de 2013

INSTALAÇÕES PARA PHOENIX


Já tardava escrever qualquer coisa sobre as instalações para os Phoenix. Esperei obter algumas imagens de instalações de alguns criadores em todo o mundo mas como não obtive respostas deles farei eu próprio os meus desenhos e encaminharei para a visualização de fotografias em alguns sites pessoais.

Porquê um artigo sobre instalações para Phoenix que um qualquer outro artigo sobre instalações para galinhas não responda? De facto, esta raça tem características particulares e por isso merece e precisa de condições particulares.

A maior beleza dos Phoenix são as suas caudas (e selas), o brilho e qualidade das suas penas, por isso uma instalação para phoenix tem de ter como primeiro critério a reunião de condições que visem a qualidade das penas, acima de qualquer outro.

Terá por isso de ter condições melhores que para outra qualquer raça, Australorp, Brahamas, Sussex etc, cuja beleza não está tão dependente do estado das suas penas. 

Irei apresentar um exemplo de uma capoeira para Phoenix (aquilo que eu acho ideal) mas existem muitas formas de atingir os mesmos objectivos.

Diria que o mais importante é que sejam secas, limpas e isentas de materiais abrasivos.

Os problemas derivados de condições más são vários e refletem-se sobretudo nas penas da cauda. Estas sujam-se com facilidade, ficando estragadas, partidas e esfarrapadas tirando toda a beleza aos machos. De seguida mostram-se duas caudas, uma de uma ave exposta a condições menos boas durante o Inverno e outra de um animal com o solo seco (Figuras 1 e 2).
 



 
 
Começaria então pelo solo;

Deve ser sempre o mais seco possível, por isso, dependendo das condições climatéricas do local, o recinto deve ser o mais coberto possível.

Se a capoeira for totalmente coberta com telha (ou outro material) o problema da humidade (e ás vezes lama) no chão fica minimizado. Diria que solos de areia serão os melhores porque apesar de se molharem secam facilmente e não criam lama. Solos de terra são problemáticos quando apanham chuva.

Chão de cimento ou madeira também são viáveis quando não apanham chuva e desde que se faça uma “cama” com material adequando e se mude esse material com alguma frequência. Nesse caso aconselharia aparas de madeira. Para estes casos aconselho também uma piscina de areia (explico à frente) e saídas frequentes à rua.

Deve evitar-se materiais abrasivos que possam desgastar as penas, tal como pedras rugosas, tijolos, redes, madeiras etc, e também coisas que possam enrolar-se nas caudas e partirem ou até mesmo arrancarem as penas.

Lembrar que as galinhas (galos) entram e saem pelos mais variados buracos, arrastam atrás de si uma cauda que arrasta pelo chão e NUNCA dão a volta pelo mesmo sítio. Ou seja; os espaços devem ser amplos e sem muitos obstáculos para não haver nós nas caudas que resultam normalmente no arranque das penas.

 
 
Dimensões

Não existem dimensões máximas mas há que ter em atenção as condições do solo. Capoeiras grandes implicam normalmente estarem expostas à chuva e então voltamos ao problema descrito atrás. (eu pessoalmente tenho alguns animais em instalações grandes 20/6 metros ao ar livre mas tenho a sorte de ter um solo incrível que seca 1h depois de chover).

Diria então que as instalações devem ter pelo menos 2 m de profundidade por 1,5 m de largura e cerca 2m de altura sendo o ideal uma capoeira com 3 metros de profundidade e 2 de largura, com 2 metros de altura. Metade ou 1/3 do comprimento deverá ser mais protegido de ventos devendo para isso serem protegidas as laterais e o fundo da capoeira (Figura 3, 4, 5).
 
Planta
Vista lateral


Vista de frente
Nessa zona deverá ser colocado um poleiro que deve ficar alto (pelo menos 1,5 m). As caudas dos Phoenix podem chegar facilmente a 1 metro, por isso é conveniente que estas não fiquem a tocar no chão quando as aves dormem nos poleiros.
No caso de bons solos ou bom clima o telhado pode vir apenas até metade da capoeira ou até ao final da zona protegida.
No fundo da capoeira, no chão ou suspensa pode ser colocado um ninho (caixa de fruta) para a fêmea chocar os ovos.
 A banheira de areia:
 No caso de não ter um chão natural ou este ser demasiado solido, poderá arranjar um espaço (manilha, barrica de plástico ou outra) com areia da praia ou das obras para os animais se esponjarem, tirarem parasitas e limparem as penas. Esta estrutura poderá ser individual (dentro da capoeira) mas também pode ser colectiva (fora das capoeiras) desde que se dê liberdade aos animais algumas horas por semana.
No meu caso tenho 4 tipos diferentes de capoeiras. As dos reprodutores terão perto de 3,5 metros de profundidade e 2 de largura, não são tapadas até à frente mas como já disse não tenho muitos problemas com a chuva. Aqui fica uma foto mas podem ver no filme:


As capoeiras para separar casais para venda ou de crescimento intermédio são tapadas até à frente mas são mais pequenas 2,5/1,5m.


Tenho também uma capoeira grande onde junto todos os machos em fase de crescimento (enquanto ainda se dão bem). Neste espaço existe uma casota alta com poleiros onde os animais se podem abrigar durante a noite.
 
Para além destas uso também um conjunto de antigos canis, acimentados no fundo e com muro a 1 metro que são ideais para as galinhas criarem os pintos no Inverno.
 
E pronto; acho que é tudo no que diz respeito às instalações para Phoenix que possam ser diferentes das demais raças. De resto, as condições e maneio serão iguais aos outros.
Mais tarde falarei um pouco da alimentação mas por agora deixo-vos com alguns exemplos de instalações de criadores em todo o mundo.