terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Algumas diferenças nos vermelhos

As últimas duas ninhadas do chichioya no Kin foram disimadas quase à totalidade sobrando apenas 2 galos de cada um dos grupos. O segundo bando foi afectado com varicela ainda muito novos, que os deformou bastante e os levou à morte (normalmente em adultos e quando tratado não provoca morte), e o segundo bando foi afectado já quase em adulto por psitacose ou clamidea que levou mais de 50% de um total de três bandos de Maio. Num destes bandos, os filhos do chichiyoa no Kin, estariam alguns dos melhores galos e galinhas que saíram este ano. Entre eles o primeiro dourado e dois vermelhos.
Ver: o bando de Maio de 2011

Felizmente consegui (até agora) salvar os dois galos que tinha mais esperança, o dourado e o um dos vermelhos:


Do grupo de Julho afectado com varicela apenas se safaram três individuos. Curiosamente são estilos completamente diferentes do bando anterior (filhos do mesmo galo). As caudas são mais cedo muito mais compridas mas são menos densas e a sela parece vir a ficar menos desenvolvida. Comparando directamente os vermelhos notam-se ainda outras diferenças. As penas do manto do jovem de Julho tem a mancha negra no centro da pena, típica dos Phoenix modernos enquanto os mais velhos e mesmo os de Janeiro têm o manto mais puro (uma das caracteristica dos onagadori). Reparem:
 O outro irmão surgio com uma côr nova para o nosso grupo. Já tinha visto esta côr em outras raças quando existem pretos e dourados misturados ( o que não é o caso). Mas é bonito:

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A INTERESSANTE HISTÓRIA DOS PHOENIX (PARTE II)

O início de uma nova raça


As primeiras importações de galinhas de cauda comprida provenientes do Japão (onde se incluíam os Onagadori), datam de 1800. No entanto os registos desvanecem-se ao longo desse século não havendo concretas certezas que a raça tenha perdurado na Europa até à Primeira Guerra Mundial.

Os Onagadori tornaram-se conhecidos tal como os conhecemos hoje no início de século XX, no período Taisho (1912-1926), mas o gene da “não-muda” dos Onagadori quase que se extinguia durante a Segunda Guerra Mundial.

A segunda vaga de importações de Onagadori para a Europa ocorreram durante os anos 70 e 90 do século XX e para os Estados Unidos (E.U.) terá sido entre os anos 30 e 40 e mais tarde nos anos 60.

Devido à sua fragilidade, fraca resistência a doenças e pouca durabilidade, os Onagadori após terem chegado ao mundo ocidental, quer na Europa quer nos Estados Unidos foram imediatamente cruzados com outras raças dando-lhes muito mais vitalidade, mas perdendo definitivamente o gene “não-muda”.

Algumas linhas de cruzamentos conseguiam que alguns galos apenas mudassem as penas de 2 em 2 anos criando assim, durante esse período, a aparência de Onagadori. No entanto, as caudas jamais atingiam os 6 ou mais metros de comprimento, típicas dos Onagadori puros, raramente passando dos 2 metros de comprimentos.

Europeus e Americanos cruzaram os Onagadori com outras raças de galinhas de cauda comprida, tal como os Totenko e Yokohama, mas também com outras raças como Legorn, Antigo e Novo Brigador Inglês, Holandesas Bantam e Castelhanas e Sumatra para fazer pretos, criando assim uma nova raça; Os Phoenix.

A divergência em duas linhas distintas:

Não obstante o interessante passado (origem) dos Phoenix, a historia desta raça tem ainda mais um elemento fascinante durante o seu percurso até aos dias de hoje.

Após a disseminação dos Onagadori pela Europa e Estados Unidos (1930-1980), os vários cruzamentos efectuados em cada país deram origem a duas linhas distintas de Phoenix.

O caso mais interessante deu-se na Alemanha.

Inicialmente (antes da criação do muro de Berlim) os Alemães e os restantes países da Europa e E.U. mantinham um tipo de phoenix muito semelhante aos seus ancestrais Onagadori, excepto no tamanho das suas caudas e com muito mais vitalidade.

Porte grande e robusto, pata curta e grossa, crista simples mas alta (tipo Legorn), cabeça grande com cauda e sela extremamente compridas mantendo um nível elevado de sangue Onagadori.

Aquando da separação das duas Alemanhas, a Alemanha Ocidental iniciou a sua demanda rumo aos Phoenix Modernos, numa tentativa de separar e distinguir assumidamente os Phoenix dos Onagadori.

Aparentemente duas razões estão por trás deste desvio; por um lado, numa tentativa de se desmarcar de uma raça em que uns ainda a assumiam como “Onagadoris com muda”, por outro lado, para tornar os Phoenix mais “apresentáveis” em exposição, já que as suas extremamente grandes caudas se estragavam com frequência quando mantidos em alojamentos convencionais (no solo) desvalorizando os animais nas exposições.

Sem saberem, as duas Alemanhas caminhavam em duas direcções diferentes de Phoenix, a Alemanha do Leste mantinha as características dos Onagadori, tal como os E.U., a Suíça e a Itália, no que hoje se chama “phoenix Onagadori type”, a Alemanha Ocidental criava um tipo mais elegante, alto de patas e pescoço, crista simples mas curta (encostada à cabeça), com um porte comprido e cauda médiamente comprida (cerca de um metro). O porte geral era pequeno (bantam).

Aquando da destruição do muro de Berlim a nova Associação Alemã de Criadores de Galinhas de Cauda Comprida deparou com dois tipos de Phoenix diferentes provenientes dos dois lados do muro o que, inicialmente criou alguma controvérsia.
Foram então criados dois tipos de Phoenix; “Phoenix moderno” e “phoenix antigo” ou “onagadori type”. Na linha dos phoenix modernos, nos anos 80 foram ainda desenvolvidos esforços para criar dois tamanhos distintos as anãs (bantam, figura do topo) e as grandes (standard, figura de baixo).


Os Ingleses por seu lado, seguiram ainda outro rumo;

Do resultado dos vários cruzamentos efectuados e das primeiras importações de galinhas de várias raças Japonesas, sem definir uma linha rígida quanto às cores e formas da crista, criaram uma mistura de tipos aos quais chamam Yokohamas – Long tailed fowl. Os quais têm diversos tipos de crista, portes, cores de patas etc.
A linha que corresponde aos Phoenix são chamados “Yokohama de crista simples cor de brigador” (Game colored single-comb Yokohama).

De facto, procurando pela vastidão da net vários phoenix o que mais surge dos diversos cantos do mundo é uma tipologia “moderna” dos Phoenix, na maior parte das imagens (vídeos e fotografias) os phoenix apesar de caudas compridas parecem ter perdido as selas que tanto os caracteriza. Excepto em imagens de phoenix americanos e ingleses.

Aparte dos desenhos um pouco idílicos dos dois tipos de phoenix o que se encontra de melhor nas duas tipologias são as representadas nas figuras seguintes:
Phoenix onagadori type – Phoenix antigo


Phoenix moderno versão bantam

Para resumir, apresento o seguinte organigrama explicando as várias linhas de phoenix e a sua origem.


Hoje tenho a certeza que os galos do Sr. Zé d'Almeida eram Onagadori Type. Não sei como os tinha, provavelmente importados da  Inglaterra  ou Alemanha antes da divergencia da raça. Lembro-me bastante bem que os seus phoenix não eram muito diferentes do da fotografia acima.
Eu sem dúvida gosto mais do tipo antigo e acredito que possuo sangue que me permitirá lá chegar. Por outro lado o sangue moderno proveniente da linha Carita faz as delicias do meu Pai e de muitos que nos visitam.

Referencias: Todas as imagens e parte da compilação de textos foram retiradas e gentilmente cedidas por Marc King do site LongTail fowl and Long-crowers of the world o qual aconselho a ver com atenção:
http://www.longtail-fowl.com/index.html

A restante informação complementar provem do livro: Long tailed fowl, Their history and Care by David Rogers and Toni-Marie Astin.